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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Figuras de linguagem: o poder da metáfora

A Retórica , ciência muito antiga cultivada já pelos gregos e romanos, tinha como objetivo ensinar técnicas de elaboração de um discurso belo e convincente. Por uma série de motivos, a partir do Renascimento, houve uma brusca queda de prestígio da Retórica. Substituída pela Estilística, herdou numerosos termos técnicos. Dentro da Retórica, as figuras(todos os procedimentos de estilo de um determinado enunciado) ocupavam um espaço razoável. Recuperadas pela Estilística, são hoje comumente chamadas de figuras de estilo ou figuras de linguagem.


O uso de figuras de linguagem é um dos recursos empregados para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva, afastando-se do valor lingüístico normalmente aceito .Toda e qualquer palavra é polissêmica e, além de seu sentido denotativo(sentido habitual, dicionarizado) pode apresentar-se com um de seus sentidos conotativos(tudo aquilo que uma palavra possa sugerir, lembrar, apresentando mais de um significado.), constituindo uma figura de linguagem.


Em um de seus poemas, Carlos Drummond de Andrade propõe ao homem:


´´...Por o pé no chão do seu coração...``


Toda a frase acima tem sentido conotativo; pode-se interpretá-la como: conhecer-se a si mesmo, tomar contato com o seu próprio ser.


A linguagem figurada dá-se principalmente a partir da metáfora (palavra grega que significa transporte, translação, mudança). A metáfora é uma comparação implícita, ou seja, não possui o termo comparativo. Baseia-se numa associação de idéias subjetivas: uma palavra deixa o seu contexto normal para fazer parte de outro contexto. Há entre elas uma relação de semelhança. Relaciona dois seres de uma qualidade comum a ambos; entretanto, apenas um dos termos aparece no enunciado.


´´Teu corpo é a brasa do lume``


Neste verso de Manuel Bandeira, as palavras brasa e lume(fogo), que normalmente nada têm a ver com corpo, são utilizadas para caracterizá-lo. Ao empregar o corpo como responsável pela chama, o poeta joga com uma associação de idéias de caráter sensual: corpo associado a calor , fogo, isto é, à febre, à paixão.


´´Perdi-me dentro de mim

Porque eu era labirinto,``

(Mário de Sá Carneiro)


Quantos sentidos possíveis pode ter a metáfora que compara o ´´eu`` ao labirinto? O não se reconhecer? A solidão? O sem-retorno? Muitos sentidos nascerão de muitas outras leituras, inclusive porque os significados dependem do contexto maior.


´´Amor é fogo que arde sem se ver``

( Camões)


Quantos sentidos diferentes podem emergir da semelhança sugerida entre amor e fogo nesta conhecida metáfora? O amor, como o fogo, queima.É intenso. Ilumina Deixa marcas. Consome. Não se pode mexer nas suas cinzas, que renasce...e muitas outras significações. Proporciona uma linguagem criadora: signos que geram signos. Símbolos que geram símbolos.



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